segunda-feira, 22 de novembro de 2010

CONTINUANDO: CHÃ GRANDE E O CENSO 2010


Antes de qualquer coisa, agradeço a participação dos amigos: Tiago, Elizânia e Edilene!

Volto a tocar no assunto do Censo 2010, com agumas ressalvas a fazer.

Pessoalmente, acho de EXTREMA importância o papel que desempenharam os recenseadores na coleta dos dados em "nossa" cidade, digo nossa com ênfase para reconhecer o afinco, desempenho e seriedade que acredito que cada recenseador deve ter mostrado neste trabalho.

Mas, cumprindo o papel a mim delegado de representar os changrandenses nas mais diversas questões que envolvam nosso terra, juventude, idosos, profesores, etc, postei um comentário neste blog sobre tal assunto, que assumo ter trocado os anos de 2000 e 2010, no entanto, deixei o texto na integra para não terem qualquer dúvida quanto à possíveis comentários que outras pessoas venham a fazer que não eu, pois sempre tive posições claras e não me escondo no anonimato.
  
Minha preocupação e a de todos, acredito eu, seja porque é através do censo que conheceremos a evolução ou não da população, o nível de educação, saúde, emprego e renda. Além disso, conheceremos as condições de habitação e acesso a serviços públicos de saneamento, água potável, energia elétrica, telefonia e internet.  É importante também destacar que através do censo que se define os novos parâmetros para distribuição do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), verbas destinadas as cidades, como também se define o número de vereadores e deputados.


Quando falei para o Prefeito tomar providências junto ao IBGE, é porque ele é o gestor do município e é co-responsável pelo resultado do censo, assim como compete a mim como Vereadora, você como recensiador, assim como você que não abriu sua porta para responder as perguntas do censo, e daí por diante. Inclusive para saber se há sítios limítrofes que estão sendo perdidos para outras cidades, etc. Pois, uma queda nos números caso ocorresse resultaria em prejuízos irreparáveis para toda população.

Longe de mim querer desmerecer o trabalho que fizeram, conheço pessoalmente muitos dos recenseadores que trabalharam aqui este ano, e tenho muito carinho por alguns inclusive. Profissionais estes que admiro muitíssimo pela garra e força de vontade. Pessoas que estudaram e estudam para concurso porque acreditam que podem contribuir para o serviço público em noso município, estado, etc.

Aproveito para me desculpar se falei algo que possa ter magoado alguém, não interpretem mal, mas não me ausento de falar por medo de errar. E, guando erro sei pedir desculpas. No cargo em que estou hoje, "pois o amanhã só pertence a Deus", tenho que falar e não me esconder debaixo de medo, preconceito ou outra coisa qualquer.  Não tem sido fácil pra mim como mulher estar nesta posição, mas vou em frente, lutando pelo ideais em que acredito.

Quero representá-los e lutar por nossos direitos, se me antecipei com os números fiz isto porque foi o que foi veiculado na internet, Diário Oficial e em outros meios de comunicação. Constatei, também que dia 19/11 (sexta-feira passada) foi divulgado no site do IBGE que novos resultados seriam divulgados à partir do dia 26 deste mês, e soube através de conversa informal com o responsável pelo censo em nossa cidade e região que a previsão é de que Chã Grande feche o censo com um número de 20.095 habitantes agora em 2010, o que me deixou deveras alegre, porque como eu, creio que todos têm interesse de que nossa cidade se desenvolva. 


Eu quero uma Chã Grande melhor e com mais oportunidades de emprego, para que os jovens como eu, não tenham que ir embora para outras cidades mais desenvolvidas a procura de uma oportunidade, que por falar nisso também é um dos motivos que leva o censo a cair...

Encerrando, pois já estou com dor na coluna, rsrsrs... convidos a todos os munícipes para se juntarem a nós vereadores e participar de algumas reuniões quando possível. Convido para trazerem idéias, propostas e quando preciso "puxões de orelha", pois somos vossos empregados e queremos bem serví-los.


Estou a vossa total disposição para qualquer dúvida e para ajudá-los no que puder.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

CENSO 2010 - CHÃ GRANDE FOI MUITO PREJUDICADA



Todas as vezes que o censo é concluído fica uma porção de dúvidas nas cabeças da população em geral. Este ano, em Pernambuco, não foi diferente. E, em Chã Grande também não.

Um caso suspeito ocorreu em nossa cidade, que teve sua população reduzida em 510 habitantes. Tinhamos 18.917 habitantes em 2000, e 18.407 habitantes em 2010.

Troquei a ordem dos dados, números, corrigindo: 18.407habitantes em 2000 e 18.917 em 2010, ou seja, um aumento de 510 habitantes. 

E Chã Grande não se conforma que depois de 10 anos, com bairros inteiros formados, com o crescimento visível nas imediações da garagem da prefeitura, rua e travessas Tiago Barbosa, nas proximidades do Fórum, no bairro Newton carneiro II, Matadouro, Rua da Água, etc. 

O prefeito deveria procurar a diretoria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística para saber o que está acontecendo que o número de habitantes não saiu do canto.

A precisão científica do Instituto vira uma interrogação na cabeça de nós leigos e pobres mortais. Em muitos lugares do país as prefeituras estão abrindo verdadeiras guerras contra os dados do IBGE - Censo 2010, e esperamos providencias do prefeito quanto a esta situação. 

http://www.censo2010.ibge.gov.br/dados_divulgados/index.php?uf=26

A TABELA FALA POR SI

Dentre as principais potências do mundo, o Brasil figura em lugar desprestigiado no ranking do salários mínimos, superando apenas Rússia (R$ 496), China (R$ 252) e Índia (R$ 90,50). O Reino Unido lidera a lista, pagando um mínimo de R$ 3.350. França (R$ 2.681,00) e Canadá ((R$ 2.435,00) completam o pódio dos altos pagamentos.
Na América do Sul, o salário mínimo brasileiro é maior apenas do que os pagos no Peru, Uruguai e Bolívia. Na Argentina, por exemplo, o valor será reajustado em 2011 e equivalerá a R$ 788,10.
Parabéns BRASIL!

REAJUSTE DO SALÁRIO MÍNIMO, SÓ R$540,00?

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, defendeu nesta terça-feira (16), em reunião na Comissão Mista de Orçamento, um salário mínimo de R$ 540 em 2011. Bernardo também chamou de "casuísmo" a proposta das centrais sindicais de alterar o critério adotado para correção do mínimo nos últimos anos.

O critério de reajuste adotado no Governo Lula segue a seguinte fórmula: a variação da inflação do ano anterior mais o crescimento do (PIB) de dois anos antes do aumento. Ou seja, o reajuste de 2011 teria por base a inflação de 2010 somada ao crescimento do PIB de 2009 – nesse ano, porém, houve pequena queda do PIB. O resultado é que a proposta inicial de aumento para 2011 apenas repõe a inflação (de 5,52%), o que frustrou as expectativas de um reajuste real.

As centrais sindicais reivindicam a elevação do mínimo para R$ 580. Essa proposta utiliza a previsão de crescimento do PIB em 2010, desconsiderando o PIB de 2009. 

O ministro trabalha com a cabeça em 2009, e a crise já passou. O Brasil está crescendo.

Como ficam os assalariados? E as promessas de campanha?
- Com o salário cabendo junto de sua foto 3 X 4.

PARTIDOS PEDEM CARGOS PARA TIA DILMA

Futura presidente recebe extensa lista com reivindicações;

Os partidos aliados à presidente eleita, Dilma Rousseff, decidiram não só exigir a manutenção no próximo governo dos atuais ministérios que ocupam, mas também cobrar ágio: um novo ministério, uma diretoria de estatal, ou até mesmo um cargo no conselho político do governo, como reivindicou o PMDB.

"Cada partido, sem exceção, quer manter o espaço que tem e um pouco mais", resumiu o presidente do PT, José Eduardo Dutra, coordenador da transição e interlocutor da presidente eleita junto aos aliados.

Dutra entregou na noite de segunda-feira a Dilma as reivindicações dos partidos. De acordo com informação do próprio Dutra, Dilma não fez nenhum comentário sobre a extensa lista de pedidos dos aliados. Guardou-a para si e determinou que o presidente do PT continue conversando com os aliados sobre a montagem do governo....

Vamos esperar para ver o que resultará dessas conversas?

18 ANOS DE PRISÃO PARA O ASSASSINO DE CELSO DANIEL

Celso Daniel
Marcos Roberto Bispo dos Santos, o Marquinhos, foi condenado nesta quinta-feira a 18 anos de prisão pela morte do então prefeito de Santo André, Celso Daniel, em janeiro de 2002. Ele foi o primeiro dos sete réus a ser levado a julgamento.
Os jurados concordaram com a tese do Ministério Público de que o crime foi cometido por encomenda e em troca de pagamento de recompensa, o que elevou a pena do réu.
Não houve depoimento de testemunhas, apenas debates entre a defesa e a acusação.
O promotor Francisco Cembranelli sustentou que o crime foi cometido a mando de Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, amigo e ex-assessor do prefeito.
Celso Daniel teria decidido tomar providências para interromper um esquema de corrupção na administração municipal, que era comandado por Sombra e abastecia também caixas de campanha do PT, inclusive o da candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a presidente, em 2002.
Marquinhos teria participado da captura do prefeito na ação do dia 18 de janeiro de 2002. Ele estava ao volante de um dos três carros usados pelo bando.
A defesa argumentou que não havia prova da participação de Marquinhos no caso e que o depoimento à polícia em que ele confessou a participação no assassinato foi obtido mediante tortura. Em depoimento em juízo, ele mudou a versão e negou envolvimento.
Marquinhos foi o único a ser julgado agora porque os outros seis réus do processo, incluindo Sombra, recorreram da sentença judicial que os mandou a júri popular. A expectativa é que eles sejam julgados apenas em 2012.
Um completo absurdo!

sábado, 6 de novembro de 2010

VOCÊ LEÃO SULISTA DO NORTE por Eduardo Furbino

COPIEI ESSE TEXTO NA INTEGRA, vale a pena parar um pouco e dá uma lida.
LAVEI MINHA ALMA, e voltei a acreditar que: É POSSÍVEL UM BRASIL MELHOR, MAS JUSTO E IGUALITÁRIO.

Etrusco. A palavra não te diz nada, e se disser há boas chances de você ser um professor de história e saber de antemão onde quero chegar. Os etruscos dominaram parte da península itálica durante um bom tempo, conquistando Roma quando ela era apenas uma aglomerado de aldeias. Até o primeiro século antes de Cristo os romanos haviam anexado todo o território antes pertencente aos etruscos, mas sua cultura ainda vivia em meio a eles, permeando sua sociedade e contribuindo para dar forma a um dos maiores e mais poderosos impérios que esta Terra já abrigou.

Nordeste. Esse nome talvez te diga algo. O povo que habita o nordeste do Brasil não é bem um povo, é, quando muito, o povo: parte constituinte de um Brasil que encontra-se unido na diversidade (lema da civilizadíssima (ironia tangível) União Européia). Esse país de onde falo começou bem ali no Nordeste, em uma dobrinha de terra que ou é Porto Seguro ou Santa Cruz de Cabrália, já que falta consenso quanto ao local onde Cabral aportou. Lá conheceram-se os índios. Lá conheceu-se o sexo entre portugueses e índios, a transmissão de doenças, a pele parda. Foi bem ali, naquela porção nordeste repleta de árvores (as da extinta Mata Atlântica), gente e bichos que tudo começou. E foi de lá que você e eu viemos.

E aí decidiu-se explorar um pouco mais essas terras brasileiras, decidiu-se descer rumo ao Sul, movimento que se repetiu em igualmente sucessivas épocas de nossa História. E o povo nordestino originário, embriões do povo brasileiro atual, miscigenou-se ainda mais, se dividiu, ocupou partes distintas em porções de terra, capitanias e Estados. Tornou-se diferente, assulizando-se, verbo inventando para este texto cujo significado é "tornar-se do Sul". O nordestino, brasileiro original (que, a bem da verdade, é originário de outros: os indígenas), perdeu suas características e diferenciou-se de seu estado primevo: mudou de sotaque, de tom de pele, mudou de traços culturais, ethos e gostos compartilhados.
E aí, quinhentos anos depois de nosso nascimento lá naquela dobrinha de terra situada em algum ponto do Norte, nós que vivemos no Sul passamos a nos considerar sulistas natos. Aqui, na porção meridional do país, as cidades são maiores, as indústrias mais desenvolvidas, os transportes de melhor qualidade - e chegamos mesmo a ter saneamento básico, esse oásis no meio de um deserto-nação insaneado. Então olhamos para cima, parcialmente esquecendo nossas origens, porque o umbigo que é nosso não quer saber dela, e maldizemos o ponto de partida, querendo reivindicar para boa parte desse povo uma outra parte de direitos e méritos que não lhe pertence.

Você pode discordar de mim, mas fui ensinado a pensar (pelas pessoas que assim me ensinaram e pelos livros que me educaram, alguns deles escritos por pós-doutores de grande saber) que a parcela de culpa referente a um fracasso pertence a todos o que fracassaram juntos. E que, igualmente, a parcela de mérito do sucesso é de todos aqueles que a ele chegaram. Assim sendo, como ignorar que o alto IDH desse sudeste de meu Deus foi carregado nas costas, antes e hoje em dia, pelo baixo (mas em ascensão!) IDH desse norte-nordeste de meu Lula? E invoco Lula não contrapondo-o ao Todo Poderoso, mas elevando-o ao status de figura mítica praticamente responsável pela situação da região nacional à qual seu nome corriqueiramente é ligado.

É comum, muito comum - e igualmente triste -, pensar no sul-sudeste como lugar que deu certo por mérito de seus habitantes, pela força de seu trabalho ou - como eu disse acima, e muitos outros recentemente o fizeram - por intervenção divina. E é igualmente comum atribuir o fracasso socio-econômico de nossa porção mais setentrional à suposta preguiça de seu povo, ao assistencialismo coronelístico ou ao poder entorpecedor das bolsas-ajuda distribuídas pelo Governo. Deus e o labor seriam os criadores de um sul rico; o mau-caratismo populacional e um presidente operário (e pernambucano) o destruidor e potencial messias, respectivamente, do caricaturado paupérrimo norte.

Temos, então, uma fração de país que encontra-se em débito histórico com outra, que possui, por sua vez, crédito não só de dias anteriores como de dias recentes. Porque as origens desse povo que se diz dono do Brasil remonta à terra do Sol, macaxeira e sertão (antes mesmo dessas coisas existirem ou terem tal nome): eles são nordestinos stricto sensu, porque não dá para desobedecer as sagradas escrituras daquele mesmo Deus citado acima, quando essas disseram: não desonrarás a casa de teu pai. E o motivo da constante invocação de divindades no texto é tentar jogar com um dos elementos dos quais sulistas se valeram nas recentes eleições para cooptar votos ao seu projeto de Brasil, projeto esse que hoje se reflete em Trending Topics de Twitter por aí afora, em hashtags xenofóbicas e dizeres que embrulham o estômago e fazem arder esse umbigo que une todos nós a uma origem única e nortina.
Particularmente não vejo problema em continuar a insistir na argumentação de que o débito de Estados como São Paulo, Rio e Paraná têm para com Bahia, Pernambuco e Sergipe é fruto de uma necessária e urgente reparação histórica, mas me parece que esse argumento não agrada a muitos. Reparar a história é frequentemente entendido como desfazer erros que não são nossos, ou a assumir compromissos que nunca nos disseram respeito. Mas, bem, há alguns parágrafos atrás fiz entender que a culpa e o sucesso são ambos amplos, gerais e irrestritos sentimentos compartilhados por todos os membros de um time, grupo ou nação.

Isso porque a habilidade de influenciar a História é uma soma de capacidades individuais, que se anulam ou reforçam-se. E o resultado dessa soma é a própria História, estando a ela sujeitos todos os que a rejeitaram como ela se mostrou e todos aqueles que acolheram-na de braços abertos. É impossível que não seja feito aqui paralelo com a democracia: as decisões da maioria são, por natureza, vinculantes se advindas de um processo democrático. E é obrigação daqueles que fizeram oposição à decisão tomada aceitá-la e submeter-se a ela. Ou promover novo pleito para que uma alternativa seja - democraticamente - discutida.
Encaro o beco sem saída. Meu tempo se esgota e é preciso um desfecho de tudo o que foi dito, um porquê final que valide a idéia exposta de o Sul hoje ter uma dívida com o Norte, e não o contrário. O que invalidaria por si só os argumentos de que bolsas-família e outros auxílios seriam esmolas. Não são. Esses dois recortes de Brasil foram responsáveis por dar forma às suas atuais configurações: se antes as terras setentrionais abrigavam a maior concentração de renda e tecnologia desse país, hoje é o contrário, e essa dinâmica socio-econômica deu forma à realidade tal qual a conhecemos. Se agora há atraso no berço da pátria, não pode o túmulo dela proclamar uma suposta independência, nem agir como se não houvesse vínculo nenhum de dependência e obrigações a ligá-los.
E aí voltamos ao exemplo que abre este epopéico apanhado histórico, voltamos aos etruscos. Se nosso Sul fosse Roma, o Norte seria a Etrúria, que lhe deu forma através de processos diversos, destacadamente dois que terminam em -ão: migração e miscigenação. A influência da civilização etrusca na romana pode ser mensurada de diversas formas, segundo a cultura, a linguagem, a história ou as artes. E no que nos influenciou o povo brasileiro original? Em tudo, vale dizer, desde no motivo de chamarmos nossa casa de Brasil até no porquê de hoje sermos a oitava maior economia do mundo (a esse respeito: a economia possui lastro histórico; a partir disso, a recíproca é verdadeira). Mas, bem, diversas outras comparações entre povos poderiam ter sido usadas, só que escolhi essa por causa de seu valor pessoal para mim. Explico e concluo.

Aos doze anos tive um professor de História cujo primeiro nome tinha origens etruscas: Aulus. O segundo era visivelmente romano, cesário: Augustus. Muito da minha consciência político-cidadã-militante foi formada com e por esse professor, e me lembrei dele logo ao escrever o primeiro parágrafo deste texto, mais especificamente do modo como a memória de dois povos divergentemente iguais conviviam harmoniosamente em um único nome. Penso que também é assim com "Brasil": há na palavra uma carregada carga histórica que remete ao povo que fomos e ao que somos, e também ao que queremos ser, e é a esse terceiro significado que quis me ater desde o princípio, e finalmente posso fazê-lo nessa despedida.
Pois bem, eu poderia encerrar este texto das mais variadas formas, mas nenhuma delas me pareceu mais objetiva que um último apontamento histórico: os romanos, essa citada população em parte descendente dos etruscos, que com eles conviveu e depois incorporou-os, foram dependentes deles para que sua civilização atingisse o apogeu. Mais: esses mesmos romanos, ao acolherem o povo que lhes deu origem dentro do seu próprio corpo social, tornaram-se maiores que a soma de suas partes. Se hoje nos enxergamos como pedaços partidos de uma mesma identidade, tratemos de colá-los. Caso contrário, não teremos nenhuma. Caso contrário, seremos o que não fomos: um povo que, ao apagar seu passado, desconstrói o presente e nega o futuro.

Voltar-se às origens, e não contra elas, é isso o que importa.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

OAB-PE TOMA PARTIDO!

          A OAB de Pernambuco entrou nesta quarta-feira com uma notícia-crime no Ministério Público Federal em São Paulo contra a estudante de direito Mayara Petruso, que chocou o Brasil com mensagens racistas postadas no Twitter logo após a eleição de Dilma Rousseff no domingo.
          Vários usuários se manifestaram de forma ofensiva aos nordestinos, mas, segundo a asessoria de imprensa da OAB-PE, a ação será concentrada em Mayara "porque foi ela quem começou". Dentre vários posts ofensivos, Mayara escreveu: "'Nordestisto' não é gente. Faça um favor a SP: mate um nordestino afogado" (sic).
          Caberá ao Ministério Público Federal investigar o caso, e decidir se Mayara é passível de punição. A garota será alvo de duas ações: uma por racismo e outra por "incitação pública ao ato delituoso". A primeira estipula pena de 2 a 5 anos de detenção, e a segunda, de 3 a 6 meses de reclusão ou multa. O crime de racismo é imprescritível e inafiançável.
          O escritório de advocacia Peixoto e Cury Advogados, em São Paulo, onde Mayara era estagiária, divulgou nota nesta quarta-feira lamentando a postura da estudante. Ela já não trabalha mais no escritório. "Com muito pesar e indignação, (o Peixoto e Cury Advogados) lamenta a infeliz opinião pessoal emitida, em rede social, pela mesma, da qual apenas tomou conhecimento pela mídia e que veemente é contrário, deixando, assim, ao crivo das autoridades competentes as providências cabíveis", diz o escritório, em nota divulgada à imprensa.
          Não é a primeira ação na Justiça que apura crimes de xenofobia contra nordestinos praticados na internet. O Ministério Público Federal investiga denúncias de racismo por parte de membros de uma comunidade no Orkut chamada "Eu odeio nordestinos". O tumblr Xenofobia Não reúne uma série de "print screens" de ofensas de usuários a nordestinos no Twitter, como "Só Hitler acaba com a raça dos petistas, construindo câmara de gás no Nordeste e matando geral" .
          O objetivo da ação contra Mayara, segundo a OAB-PE, é acabar com a percepção que existe de que manifestações odiosas na internet acabam impunes.

O QUE MOVE TANTO ÓDIO? SEM PALAVRAS



Que vergonha Mayara Petrusco, uma jovem estudante de Direito, inconformada com a vitória da petista Dilma Rousseff, ganhou fama ao clamar no Twitter o afogamento de nordestinos em benefício de São Paulo. O ódio da moça brotou uma campanha difamatória contra nós, nordestinos, e na internet a coisa foi feia.
Ela, e outros inúmeros jovens de classe média alta desclassificam o voto dos nordestinos.

A xenofobia da estudante paulista é o retrato guardado num fundo de armário, agora trazido à tona. A maioria dessas mensagens parte de jovens de mais ou menos 25 anos. O que leva a supor que muitos deem vazão a preconceitos ruminados à hora do jantar em família, da festinha do sobrinho ou do churrasco da faculdade. Está aí boa parte da festejada geração da internet, que confunde vida real com a vida em rede, mas se sente imune às consequências de atos online. Mostram os dentes no Twitter como se estivessem a salvo da luz do dia, como se não fosse dar nada.

A moça que gostaria de afogar um nordestino em São Paulo acabou ela mesma por submergir. Deletou seu perfil ante a repercussão do caso, que lhe rendeu a protocolação de uma notícia-crime pela OAB de Pernambuco no Ministério Público Federal em São Paulo. O escritório de advocacia onde estagiava apressou-se em dizer que ela não despacha mais por lá. O caso foi parar até nas páginas do britânico Telegraph. Vários outros “bacanas” seguiram os passos da menina e desapareceram do Twitter. Talvez arrependidos do um ato impensado, da ausência completa de reflexão ou, mais provável, da ameaça de punição legal.

O que move tanto ódio? Sserá que é porque nunca na história deste país se falou tanto em classes C e D e E. Afinal de contas, estão todos os dias na imprensa; chamam atenção pelo crescente poder de consumo. E é a isto que a noção de classes parece se resumir hoje: consumo. Talvez esteja aí a raiva dessa moçada, muito mais identificada com bens do que com valores.

Identificar-se por aquilo que se consome pressupõe um sentimento de exclusividade. “Eu tô dentro e eles, fora”. Uma concepção de vida alimentada e também confrontada pela massificação do consumo. A tensão desponta quando “eles”, os esfarrapados, começam a ter o que “eu” tenho. A exclusividade mingua, e o povão chega chegando, sentando ao seu lado no avião. É preciso descolar novos meios para diferenciar uns dos outros. A desqualificação é um deles. E, é o que tentam fazer conosco, nordestinos.

Estou triste e decepcionada com a baixaria que rola na internet sobre esse tema, sobre como os jovens do sul, e principalmente do sudeste, São Paulo, são racistas. SEM PALAVRAS!

SE TIVEREM ESTÔMAGO PARA VER O QUE ROLOU ACESSEM O BLOG DO AMIGO KIOSHI: http://kioshi.blogspot.com/2010/11/xenofobia-no-twitter-contra-nordestinos.html ,
É DE AMARGAR A ALMA!

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Dilma vence em 16 estados e Serra em 11

A presidente eleita Dilma Rousseff (PT) venceu em três das cinco regiões do Brasil e em 16 das 27 unidades da Federação, segundo informa o Estadão.
Com larga vantagem no Rio de Janeiro e em Minas Gerais, Dilma conseguiu compensar sua derrota em São Paulo e vencer na Região Sudeste, onde votam 44% dos eleitores do País.
Palco da principal batalha do segundo turno, Minas deu mais de 58% dos votos válidos para a candidata governista. Foram 16 pontos porcentuais de vantagem em relação a Serra.


No Rio de Janeiro, segundo maior Estado em número de eleitores, a vantagem da presidente eleita foi ainda maior do que entre os mineiros. Ela superou a marca dos 60% dos votos e abriu mais de 20 pontos de folga sobre o candidato tucano.


Ex-governador de São Paulo, Serra venceu no Estado que é sua base política, com 54%. Conseguiu cerca de 1,8 milhão de votos a mais que a adversária – praticamente a mesma diferença pela qual foi derrotado em Minas. Ainda no Sudeste, o tucano também ganhou por pequena margem no Espírito Santo, com quase 51%.


No Nordeste, Dilma venceu em todos os Estados, como já havia acontecido no primeiro turno. No Maranhão, um dos Estados mais pobres do Nordeste, a petista teve quase 79% dos votos. Na Bahia, quarto maior colégio eleitoral do País, o placar foi de 70% a 30%. Em outros dos Estados mais populosos da região, como Ceará e Pernambuco, Dilma teve mais de três quartos dos votos.


Veja a ilustração: