sexta-feira, 5 de novembro de 2010

O QUE MOVE TANTO ÓDIO? SEM PALAVRAS



Que vergonha Mayara Petrusco, uma jovem estudante de Direito, inconformada com a vitória da petista Dilma Rousseff, ganhou fama ao clamar no Twitter o afogamento de nordestinos em benefício de São Paulo. O ódio da moça brotou uma campanha difamatória contra nós, nordestinos, e na internet a coisa foi feia.
Ela, e outros inúmeros jovens de classe média alta desclassificam o voto dos nordestinos.

A xenofobia da estudante paulista é o retrato guardado num fundo de armário, agora trazido à tona. A maioria dessas mensagens parte de jovens de mais ou menos 25 anos. O que leva a supor que muitos deem vazão a preconceitos ruminados à hora do jantar em família, da festinha do sobrinho ou do churrasco da faculdade. Está aí boa parte da festejada geração da internet, que confunde vida real com a vida em rede, mas se sente imune às consequências de atos online. Mostram os dentes no Twitter como se estivessem a salvo da luz do dia, como se não fosse dar nada.

A moça que gostaria de afogar um nordestino em São Paulo acabou ela mesma por submergir. Deletou seu perfil ante a repercussão do caso, que lhe rendeu a protocolação de uma notícia-crime pela OAB de Pernambuco no Ministério Público Federal em São Paulo. O escritório de advocacia onde estagiava apressou-se em dizer que ela não despacha mais por lá. O caso foi parar até nas páginas do britânico Telegraph. Vários outros “bacanas” seguiram os passos da menina e desapareceram do Twitter. Talvez arrependidos do um ato impensado, da ausência completa de reflexão ou, mais provável, da ameaça de punição legal.

O que move tanto ódio? Sserá que é porque nunca na história deste país se falou tanto em classes C e D e E. Afinal de contas, estão todos os dias na imprensa; chamam atenção pelo crescente poder de consumo. E é a isto que a noção de classes parece se resumir hoje: consumo. Talvez esteja aí a raiva dessa moçada, muito mais identificada com bens do que com valores.

Identificar-se por aquilo que se consome pressupõe um sentimento de exclusividade. “Eu tô dentro e eles, fora”. Uma concepção de vida alimentada e também confrontada pela massificação do consumo. A tensão desponta quando “eles”, os esfarrapados, começam a ter o que “eu” tenho. A exclusividade mingua, e o povão chega chegando, sentando ao seu lado no avião. É preciso descolar novos meios para diferenciar uns dos outros. A desqualificação é um deles. E, é o que tentam fazer conosco, nordestinos.

Estou triste e decepcionada com a baixaria que rola na internet sobre esse tema, sobre como os jovens do sul, e principalmente do sudeste, São Paulo, são racistas. SEM PALAVRAS!

SE TIVEREM ESTÔMAGO PARA VER O QUE ROLOU ACESSEM O BLOG DO AMIGO KIOSHI: http://kioshi.blogspot.com/2010/11/xenofobia-no-twitter-contra-nordestinos.html ,
É DE AMARGAR A ALMA!

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